16/10/2013

E se...O Clube dos Cinco fosse refilmado e atualizado?

Imagine uma patricinha daquelas totalmente frescas e que aparentemente não tem nenhum tipo de neurônio sobrevivente em seu cérebro. Imagine um nerd, daqueles tão nerds que age de forma tímida na maioria das vezes e a única interação que ele tem é com seus livros. Imagine um típico bad boy, o  cara perigoso mal encarado que é o pesadelo de qualquer diretor de escola. Imagine o atleta, aquele que se acha superior por estar em um time e ser querido por "todos". E por fim, imagine a garota que não se encaixa. E eu não estou falando sobre a garota que 'finge' não se encaixar na escola e que no fim é querida por todos. Eu estou falando daquela menina que você simplesmente marca como esquisita e nem se dá ao trabalho de conversar com ela.
Imaginou? Pois é, esses personagens existem até hoje e são muito próximos de nós e, às vezes, até são quem somos quer nos gostemos ou não.
John Hughes, o diretor do filme O Clube do Cinco e outros filmes adolescentes maravilhosos dos anos 1980, entendia isso. Ele nunca foi popular na escola, passou em 'branco' no grupo dos populares. Porém ele cresceu e resolveu dirigir e escrever filmes sobre o que ele entendia e queria que fosse diferente: a adolescência.


Embora muitos adolescentes entrevistados para o documentário Don't You Forget About Me sobre a vida de John afirmaram que não se identificam de maneira alguma com esses filmes. As meninas dizem que as garotas nos filmes são perfeitas demais e os meninos falaram que os garotos dos filmes eram bonzinhos demais.
Aí que entra minha pergunta: Seria viável refilmar O Clube dos Cinco hoje? Em uma sociedade que está tão diferente e que ao mesmo tempo é tão similar?
Um dos empecilhos seria os aparelhos eletrônicos, ou seja, celular, ipod, ipad e até o computador. Entretanto para esse problema há uma fácil solução: assim que chegassem para a detenção, como no filme, todos deveriam entregar os aparelhos eletrônicos e todos os computadores da escola estariam desativados. Isso forçaria com que os detentos conversassem entre si e assim criarem um elo mais profundo o que daria a chance do filme começar realmente.
Outro empecilho seria retratar os personagens de forma mais fiel possível. Quem como eu que ama Judd Nelson como John Bender NUNCA conseguirá ver outro ator em seu lugar. Por isso se o filme fosse realmente refilmado, ele teria que ser uma releitura do filme original e não uma cópia mal feita.
E a música? Quem está familiarizado com esse filme- eu já assisti mais de 20 vezes por acaso- sabe que Don't You (Forget About Me) do Simple Minds dá todo o clima ao filme e sem ele tudo não seria a mesma coisa.
Se uma versão nova do filme aparecesse não poderiam usar a mesma música de jeito nenhum. Teria que ser algo mais atual ,o que pode cair no erro fatal de usar uma música pop, e assim transformar tudo em uma grande piada e em um típico filme de adolescentes que fingem ser rebeldes enquanto usam blusas e roupas de marcas.
Agora, outra pergunta: Se eu acho que deve haver uma refilmagem do filme? Com certeza não!
O filme que foi lançado em 1985 permanece como um clássico para qualquer jovem hoje em dia e até para aqueles que já estão mais velhos e que acompanharam o filme no cinema.
Nenhum ator conseguirá interpretar uma patricinha metida, mas super legal e com atitude como Molly Ringwald. Ou uma menina estranha, que no final só quer se sentir bem consigo mesma como é o caso com Ally Sheedy.
Muito menos conseguirão achar alguém para interpretar um nerd de forma tão leve e engraçada como faz Anthony Michael Hall. E o atleta interpretado por Emilio Estevez? Conseguirão achar alguém tão natural ao interpretar um atleta que odeia/ama ser um? Não, não conseguiriam.
E com certeza o papel mais difícil de ser interpretado seria o de Judd Nelson. Ele marcou o filme com seu jeito maroto e agressivo e a cena final dele no campo marcou uma geração inteira de sonhadores. Ele é o típico azarão que no final consegue tudo que sempre quis e , surpreendentemente, sem cair em clichê algum. Isso, só Judd conseguiria fazer.
E no final, por mais sem sentido que possa parecer, só eles conseguem interpretar um criminoso, uma patricinha, um cérebro, um atleta e uma louca de forma tão consistente e diferente, com tantas antíteses diferentes em suas personalidades e em suas vidas.
Uma refilmagem seria um grande erro. Um erro enorme como diria O Clube dos Cinco, atenciosamente é claro!

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